Foram-se os tempos em que a presença física era essencial para a realização de qualquer coisa e, passados dois anos de pandemia, esse critério ficou ainda mais relativizado. Muitos processos foram acelerados e outros inimagináveis foram criados, dentre eles a digitalização das relações de trabalho e a adoção do trabalho híbrido. Estar fisicamente longe do ambiente de trabalho ainda é encarado por muitos como um obstáculo para a produtividade e também a causa dos reflexos negativos no engajamento da equipe e na capacidade de reter talentos.
Isso ainda é verdade, em alguns casos, mas considerando os efeitos do confinamento provocados pela pandemia e a mudança completa da rotina das pessoas, certas práticas tiveram que ser engolidas à força para manter as atividades das empresas rodando, especialmente no que diz respeito ao home office. Na pesquisa da
Microsoft sobre o índice de tendências do trabalho, em 2022, foi indicado que os líderes precisam fazer o deslocamento até o escritório valer a pena, já que agora as pessoas também buscam flexibilidade na hora de se candidatar a uma vaga de emprego ou de adaptar sua jornada de trabalho na vaga que já possuem.
Encarado com receio pela maioria dos empresários, o home office demonstrou, em uma média geral, não ser sinônimo de baixo rendimento. De acordo com a pesquisa da Microsoft, na pandemia, o período de trabalho pós-expediente e nos finais de semana aumentou 28% e 14% respectivamente, o que pode também ser um tiro no pé. No confinamento, muitos já estavam discutindo as possíveis repercussões psicológicas relacionadas à falta da interação social, já que a comunicação passou a ser pelas telas e o pijama virou a roupa do dia a dia.
Pelo lado do empresário, o home office pode ser encarado como uma redução de custos tanto para si como para o empregado, já que não haverá despesas financeiras e de tempo com deslocamento. Tanto é verdade que muitos escritórios adotaram o modelo 100% remoto após a pandemia e fecharam suas sedes físicas. A partir dessa economia, podem surgir grandes oportunidades de investimento que impulsionarão o crescimento da empresa. No entanto, com essa mudança, surgem vários novos desafios a serem superados nas relações de trabalho.
Do ponto de vista do empregado, as empresas estão demandando novas habilidades. As “soft skills”, como proatividade, organização, empatia e resiliência, em muitos casos, estão sendo decisivas tanto na contratação quanto na demissão.
Além disso, conseguir conciliar a necessidade de flexibilidade e bem-estar no ambiente de trabalho tornou-se uma das principais prioridades. Mas não só isso, o perfil da geração que está moldando o mercado de trabalho atual está à procura de um propósito para permanecer na vaga. Isso sem contar com a competitividade e a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar do mundo, recebendo em uma moeda mais valorizada.
Como se não bastasse, somando-se a isso, foi identificado no
relatório feito pelo LinkedIn que 25% da geração Z, ou seja, dos 18 aos 24 anos, queriam mudar de trabalho no segundo semestre de 2022 e pareciam otimistas em encontrarem um trabalho com melhores oportunidades, inclusive de salários. Assim, mesmo que o empresário possibilite maior flexibilidade na relação e no ambiente de trabalho, ele ainda corre o risco de não conseguir reter por muito tempo aquela pessoa no emprego.
Tudo isso sem contar as ferramentas que já estão sendo utilizadas nas empresas, como automações, chatbots e inteligência artificial, que podem exigir do candidato uma multidisciplinaridade de conhecimentos extrema para se colocar (e permanecer) em uma vaga de trabalho. Assim, observando todo esse cenário, percebe-se que uma coisa é certa: a transformação digital já é uma realidade e quem não a observar com os olhos bem abertos não vai sequer enxergar o que está por vir.
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