03/10/2021

As redes sociais e as influências do mundo digital

Não é novidade para ninguém que as redes sociais adquiriram papel decisivo na sociedade como formadoras de opinião sendo, inclusive, determinantes em eleições. Hoje é raro conhecer alguém que não tenha cadastro em alguma rede social, que, em alguns casos, pode até ser considerada como a sua própria identidade.
 
Muito além da superficialidade das interações entre amigos, conhecidos e famosos, as redes sociais mirabolaram verdadeiras técnicas de design e marketing estratégicos que sustentam um grande jogo entre psicologia humana e tecnologia. De maneira muito sutil, os desenvolvedores conseguem manipular um ciclo vicioso de permanência da conexão prendendo a atenção do usuário pelo tempo que quiserem.
 
Já parou para se perguntar de onde o Instagram e o Facebook tiram tanto dinheiro, se para criar uma conta você não precisa pagar nada? Cheias de segundas intenções, essas redes manipulam as percepções humanas por meio de likes e outras ferramentas conhecidas para competir pela nossa atenção.
 
Sim! Nossa atenção!
 
É por ela que os anunciantes e patrocinadores brigam que nem loucos. E adivinha só? O Mark Zuckerberg cobra por isso e é daí que vem a grana pesada.
 
Como eles possuem determinados clientes-alvo, a identificação dos padrões de navegação do usuário é extremamente valiosa, pois identificando o perfil do seu cliente nas redes a probabilidade de venda aumenta radicalmente.
 
Essa estratégia começa com o acesso do usuário à plataforma e então passa à captação de dados de navegação: o que ele curtiu, quem ele segue, quais as pesquisas feitas e assim por diante. Dessa análise são desencadeados diversos outros métodos ligeiramente mais interessantes, como por exemplo a rolagem infinita do feed, que dá a falsa impressão de sempre ter algo novo para ver, ou o rankeamento das postagens de maior “relevância” para aparecer primeiro lugar e, até mesmo, as notificações incessantes que aparecem na nossa barra de avisos do celular gerando ansiedade para reabrirmos o aplicativo começando todo o ciclo novamente.

Por isso, quanto mais informações detalhadas acerca dos interesses do usuário, maior é a probabilidade de conversão em lucro e, consequentemente, mais eles poderão cobrar por isso.   
 
Sim, eles vendem o nosso tempo para a converter em vendas. E dá certo!
 
Já dizia o jornalista Andrew Lewis “se você não está pagando pelo produto, quer dizer que o produto é você”, fica a reflexão.
 
De todo modo, a ideia aqui seria abrir a mente para explorar abaixo da superfície das interações digitais e saber sobre a influência das redes nas nossas vidas. A partir disso, e entendendo como funciona essa engenharia tecnológica viciosa, seria possível contornar esses aspectos, pelo menos em parte, ou até usá-los em nosso favor.

 
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Por Júlia Bossardi Premaor

Publicado em 03/10/2021 às 09:39

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