Desde 2020, o governo americano acusou o TikTok, pertencente à empresa chinesa ByteDance,
de potencialmente espionar e compartilhar informações dos usuários com o governo chinês. Há pouco tempo, após uma série de investigações e pressões legislativas, o TikTok foi banido nos EUA, com a exigência de que a ByteDance vendesse suas operações no país para uma empresa americana.
Com apenas um dia de banimento, a repercussão da decisão tomou conta da internet e Donald Trump concedeu ao TikTok 75 dias para se adequar à lei federal. No entanto, não se sabe se o prazo estendido por Trump será aprovado no exame jurídico.
De acordo com a lei de segurança nacional, uma extensão do prazo de venda só seria autorizada se já houvesse uma negociação em curso, mas não houve anúncio de qualquer acordo similar. Agora o TikTok está na mira dos bilionários americanos. Elon Musk (dono da Tesla e do X), MrBeast (YouTuber) e Larry Ellison (dono da Oracle) são os mais cotados para a vaga.
Já no Brasil, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem
investigado o TikTok por possíveis violações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), especialmente no que diz respeito ao tratamento de dados de crianças e adolescentes. No processo investigatório, a ANPD determinou que o TikTok desative o "feed sem cadastro" para evitar que menores achem formas de contornar os controles de idade, além de exigir um plano de conformidade para melhorar a verificação de idade. Essas ações são motivadas por denúncias de coleta indevida de dados, onde a plataforma poderia estar acessando informações de usuários sem a devida transparência ou controle, algo que coloca em risco a privacidade dos menores.
O banimento do TikTok nos EUA e as investigações pela ANPD no Brasil revelam um paralelo significativo entre a influência política nas redes sociais e o controle do que é divulgado sob o pretexto da proteção de dados. É importante ter em mente que alguns destes movimentos podem não ser apenas uma resposta à preocupação com a privacidade dos usuários, mas também uma tentativa de controlar o fluxo de informação e influência digital que poderia vir de uma plataforma como o TikTok.
As duas situações destacam a importância de uma gestão responsável dos dados pessoais na era digital. Com a digitalização exponencial dos meios de comunicação, plataformas como o TikTok, que lidam com volumes massivos de dados pessoais, se tornam alvos naturais para investigações sobre segurança e privacidade e também para controle de conteúdo e influência da opinião pública.
O que se observa a partir disso tudo é que a exposição de dados na internet é uma preocupação global, especialmente onde a dependência das redes sociais se estende além do entretenimento para se tornar uma parte vital da economia e da identidade pessoal dos usuários. A maneira como os dados são gerenciados por essas plataformas levanta questões sobre ética digital e a necessidade de legislação que acompanhe a evolução tecnológica. O mundo digital exige que usuários e reguladores estejam atentos, pois se trata não só da proteção de dados pessoais, mas também do poder de influência na opinião pública.
Para enfrentar esses desafios, é imperativo que haja um aumento na consciência digital. Isso significa educar a população sobre seus direitos de privacidade, incentivar práticas de proteção de dados e promover uma cultura de responsabilidade entre as plataformas digitais. Somente com uma educação digital mais robusta e políticas regulatórias mais adequadas podemos assegurar uma internet mais segura e justa para todos sem retroceder todo o seu potencial.
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