08/05/2022

Blockchain, isso não é um bicho de sete cabeças

Muito tem se falado sobre a tecnologia blockchain, principalmente por causa da grande aderência que as transações em criptomoedas têm alcançado. Hoje é raro encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar em Bitcoin, não é mesmo?
 
Muito além das criptomoedas, o que muitos não sabem é que a tecnologia blockchain serve para qualquer tipo de transação online em que se queira garantir alto nível de segurança e confiabilidade.
 
Por causa de suas funcionalidades únicas, a tecnologia blockchain está sendo cada vez mais visada a integrar nosso dia a dia de forma muito mais natural do que imaginamos. Ela já pode ser usada, por exemplo, para ajudar no rastreamento de produtos de uma cadeia de produção. Ou então, quem sabe, servir como meio de combater a corrupção, as fake news ou de garantir a integridade de uma eleição.
 
A blockchain também vai impactar diretamente o mercado de compra e venda de mídias, porque tem um papel fundamental na prevenção de fraudes e plágios por dispor de muito mais segurança e credibilidade. Não é à toa que os NFTs são transacionados nesse meio.
 
Mas como assim? A tal da rede descentralizada da blockchain, foi a virada de chave. A partir dela é que se tornou possível validar transações sem intermédio de terceiros (peer-to-peer). Essa validação decorre de regras estabelecidas em contratos inteligentes (smart contracts) e é confirmada por diversos computadores ligados em uma mesma rede. Dentro disso tudo existem muitos outros termos tecnológicos difíceis de pronunciar que, como mágica, garantem que a transação seja confiável e imutável, permitindo seu rastreamento e barrando alterações que não estejam de acordo.
 
Os blocos de informação, então, vão se interligando e cada um valida o anterior e isso garante a integridade e a veracidade da informação conforme a cadeia de blocos vai se confirmando. Caso um desses blocos seja alterado, mesmo que minimamente, isso vai gerar um alerta e a transação não será validada, nem concluída, por isso para corromper essa cadeia é difícil pra caramba.
 
Ainda não entendeu? Vamos a um exemplo prático:
Pense que uma pessoa que precisa comprar um antibiótico. O médico dela vai gerar a receita (com uma chave de segurança única) que será levada até a farmácia que vai dar baixa e fazer o registro da compra (com outra chave única proveniente da validação da veracidade da primeira). Com a tecnologia blockchain, qualquer interação que possa modificar as informações nesse meio, alterar a dosagem, modificar a titularidade da receita, por exemplo, será barrada pelas regras de validação dos computadores na rede blockchain.
 
Pensando em um cenário mais sustentável, já existe, por exemplo, um aplicativo que roda em blockchain que permite a venda de energia excedente entre usuários gerada por placas solares ou parques eólicos sem que seja necessária a intermediação de uma empresa de fornecimento de energia.
 
Agora ficou fácil, não é? Imagina replicar essa ideia para diversas outras ramificações, principalmente no setor público em ano de eleição, já pegando o gancho do tema do nosso último podcast.
 
Resumindo, a tecnologia blockchain agregou valor às transações digitais e promete retornar parte da confiança que os usuários tinham perdido na internet. Mas não só isso, ela revolucionou o mercado permitindo a transferência da propriedade da informação ou ativo totalmente digital sem a intervenção de terceiros, agregando ainda mais valor às transações online.
 
Depois de saber tudo isso, é de se perguntar do que mais a tecnologia blockchain é capaz. Só resta esperar para ver.


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Por Júlia Bossardi Premaor

Publicado em 08/05/2022 às 21:19

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