22/09/2022

Como as novas tecnologias podem impactar a economia de uma cidade

Você já parou para pensar sobre como surgiu a cidade onde você mora? Muitos podem até ingenuamente afirmar que elas simplesmente já estavam ali desde sempre. Mas, se pensarmos para além disso, devemos nos perguntar sobre quais serão as influências dos novos modos de viver e da evolução tecnológica na estruturação de cidades que hoje estão até sendo dotadas de "inteligência".
 
Voltando um pouco no tempo, as cidades nasciam naturalmente como uma forma de reunir e abrigar as pessoas para conseguir plantar e cultivar comida e, até mesmo, para reagir com mais força a possíveis ataques, o que, por si só, já é muito inteligente.
 
Hoje, no contexto em que nos encontramos, a evolução dos meios de produção, construção e monitoramento está crescendo exponencialmente, atingindo patamares nunca antes imagináveis. Por isso, muitas pautas estão sendo levantadas em relação à ocupação e otimização dos espaços urbanos, principalmente pelo fato de que eles são limitados.
 
As facilidades que a tecnologia proporciona para as cidades, tanto no aspecto de melhorias para residência e mobilidade como na otimização de recursos naturais, também reflete diretamente na qualidade de vida dos cidadãos. Não é novidade para ninguém que o ambiente em que se vive é fator primordial para estimular o desenvolvimento físico e cognitivo das pessoas. Mas não só, o ambiente também impacta na capacidade de retenção de talentos e mão-de-obra qualificada na cidade, bem como no poder de atração de investimentos.
 
É nesse contexto que as cidades inteligentes passaram a ser denominadas assim. Para uma cidade ser classificada dessa forma, muitos são os critérios de avaliação que partem desde a quantificação de pontos de internet e acessibilidade dos cidadãos até a averiguação do índice de poluição e incentivo para o desenvolvimento de recursos sustentáveis.
 
De forma bem simplificada, uma cidade inteligente é aquela que proporciona aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida a partir de um conjunto de iniciativas voltadas à tecnologia, sustentabilidade, inclusão social e eficiência na prestação dos serviços básicos.
 
A instituição de uma política que reduza o tamanho das propagandas das fachadas dos prédios, por exemplo, ou uma que estimule o cultivo de árvores e canteiros pode vir a classificar a cidade como inteligente, já que vai afetar diretamente na estrutura visual urbana, tornando-a mais receptiva e sustentável ao transmitir a sensação de valorização do ambiente. A implantação de sistemas de semáforos sincronizados é outro exemplo de ação que influencia diretamente no fluxo de veículos e na quantidade de horas que os cidadãos “perdem” durante o deslocamento.
 
Essa e muitas outras iniciativas são rápidas e detêm um impacto de longo prazo, revertendo em uma mudança profunda na estrutura das cidades e na cultura dos cidadãos, permeando gerações e modificando completamente a forma como nos relacionamos e interagimos com as nossas cidades. Esse movimento já está no radar de investidores e empresários que identificam nessas iniciativas uma possibilidade grande de conversão em lucro, já que favorecem o cenário de sucesso do negócio e estabelecem como prioridade na hora de escolher onde construir suas sedes ou para onde direcionar seu capital.
 
Isso já vem sendo discutido em diversos países e o que se vislumbra é um cenário muito promissor. Por isso, é preciso que haja comprometimento dos representantes políticos das cidades e que sejam feitas parcerias com o setor privado para que esses programas se perpetuem.
 
Mas nem tudo são flores. Para implementar essas soluções, a coleta massiva de dados, tanto estatísticos como pessoais, é fator primordial. A instalação de câmeras com reconhecimento facial, por exemplo, já está dando o que falar em razão da possível violação da privacidade dos cidadãos. Por isso, a instituição de uma política de governança de dados bem estruturada é essencial para garantir que uma ação dotada de boa intenção não reverta em sérios prejuízos para a sociedade. Mas isso é papo para outra hora.  
 
Antes que você termine a leitura, deixa eu te falar que as cidades inteligentes foram tema do nosso primeiro podcast aqui do Digiálogos. Caso você tenha interesse em se aprofundar no assunto, é só clicar no link. Fica a dica!

 
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Por Júlia Bossardi Premaor

Publicado em 22/09/2022 às 10:17

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