01/03/2022
Metaverso, será que isso pega?
Por um lado otimista e até um pouco sonhador, podemos imaginar um cenário muito positivo dentro do metaverso. Nele as pessoas vão explorar suas maiores vaidades e ter uma vida do jeito que preferirem. Ou ainda, sob outra perspectiva, o metaverso vai poder propiciar a criação de um ambiente onde as pessoas que, por algum motivo, acreditam não estarem moldadas aos padrões sociais impostos poderão explorar o melhor de si em outra realidade ou até mesmo experimentar sonhos e projetos que nunca puderam realizar.
De uma certa forma, todos nós já vivemos em um mundo virtual, visto que hoje em dia não é raro observar pessoas que passam várias horas por dia nas redes sociais e não é mais novidade que as interações lá praticadas já são determinantes em suas decisões fora das telas.
Se nos aprofundarmos mais, é possível ver uma nítida diferença entre o metaverso e as redes sociais, uma vez que aquele é muito mais imersivo e, a partir da realidade virtual, transmite diversas sensações diferentes. Além disso, ele vai influenciar diretamente na redução de custos de processos, por exemplo simular a construção de um protótipo de motor de avião antes de investir dinheiro nisso ou algo mais simples como a realização de testes de experiências de forma virtual para a contratação para uma vaga de emprego.
Com isso em mente, para o metaverso bombar é preciso a aderência do público a partir da manipulação de dois fatores que impulsionam a humanidade desde os primórdios: recompensa e entretenimento. Todos sabemos que a aderência vem a partir de um público consolidado de forma escalonada e, pasmem, essa é a vantagem que o Meta (Facebook) já tem. No decorrer desses anos, ele conseguiu angariar um público fiel que não piscará duas vezes para experimentar todas as versões de entretenimento do metaverso, por isso os holofotes estão em cima dele.
Já a recompensa dentro dessa realidade virtual, além de impactar positivamente na redução de custos de diversos processos, ela já está girando em torno de uma economia baseada em criptoativos, NFTs e tokens digitais. O metaverso tem a possibilidade de impulsionar a compra e venda de ativos digitais porque traz, de fato, função a eles, fazendo com que essa realidade não seja apenas mais um jogo interativo, mas que alcance outro patamar autossustentável no qual os usuários vão conseguir agregar valor real aos seus bens adquiridos dentro do metaverso.
Você já tinha parado para pensar em todas essas repercussões?
Pois é, mas nem só de flores é o metaverso, como em qualquer outro universo controlado pelo ser humano sempre há a possibilidade de ele se desvirtuar. Não precisamos ir longe para exemplificar algumas práticas que certamente vão gerar polêmica dentro do metaverso, a dizer fraudes de identidade, crimes sexuais, agiotagem, mas isso é assunto para outro post.
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Por Júlia Bossardi Premaor
Publicado em 01/03/2022 às 19:39